Ter um apartamento ou casa própria é o sonho de milhões de brasileiros. A segurança de ter seu próprio teto, e o conforto e liberdade proporcionados por ela são incomparáveis para boa parte da população. Por outro lado, a liberdade é contrabalanceada pelo grande compromisso financeiro exigido para tornar este sonho realidade.
Justamente pelo alto valor dos imóveis, uma solução muito buscada é o financiamento de imóveis, através de instituições financeiras.
Financiamento de imóveis
De forma bem simples, consiste em um empréstimo. Na ausência de recursos para realizar a compra à vista, o comprador recorre a um terceiro para receber o valor restante. Uma das figuras mais acessadas normalmente são os bancos, que então apresentam uma série de necessidades para a realização do empréstimo.
Entre outras condições, é definido um plano de pagamento envolvendo valores mensais e tempo de pagamento das parcelas.
De forma prática, o banco paga o valor restante ao proprietário e você assume o pagamento desse valor acrescido de juros.
Nós temos um artigo todo dedicado ao financiamento de imóveis. Clique aqui se quiser saber mais sobre.
Longo compromisso
O prazo de pagamento do financiamento pode chegar até 35 anos. Isso significa que se você contrair um financiamento aos 25 anos de idade, levaria até os seus 60 anos para quitá-la.
Essa ideia de um compromisso tão longo, com uma parcela todo mês mordendo no seu bolso, pode gerar um desconforto em muitas pessoas.
De fato, surgem muitas dúvidas e incertezas. “E se eu não puder manter o pagamento?”. “E se eu não quiser mais morar nesse local?”. Confira o artigo sobre financiamento para ficar alerta sobre algumas condições envolvidas.
De toda forma, saiba que existem alternativas para suavizar esse compromisso. Uma delas é a chamada amortização.
Composição de um financiamento
Antes de entrarmos na definição e funcionamento da amortização em si, é importante você compreender a estrutura do financiamento, pois ela deixará bastante clara a funcionalidade da amortização.
Imagine que você está com algum objetivo em mente ou dificuldade financeira qualquer e busca um empréstimo para resolver a questão. Em tese, você está buscando um valor alto (relativo aos seus rendimentos) e que por estar acima do seu bolso, buscará pagar em parcelas ao longo do tempo.
Na prática, quando uma pessoa ou instituição financeira te concede este valor, ela assume o risco de não receber o valor de volta. Lembre-se: o valor que ela tinha agora está com você. Dentre outras coisas, como as garantias em bens que podem ser oferecidas, um dos mecanismos utilizados na operação como contrapartida são os juros.
De forma bem simples, os juros são impostos sob 2 pilares:
- O concedente está correndo um risco ao ceder o valor, portanto receberá um acréscimo correspondente.
- Como o valor não está mais na posse de quem o concedeu, ele não pode realizar novas operações com aquele valor. Em outras palavras, enquanto o dinheiro estiver com você, ele estará sem.
Aqui entra o ponto principal da nossa conversa de hoje. De forma bastante lógica, quanto mais tempo o dinheiro estiver com você, mais tempo ele demora para retornar à concedente. Agora volte e imagine o tempo de 35 anos. Muito tempo, não é?
Num financiamento de 35 anos, uma parte bastante significativa do montante final que você pagará será de juros. Você pode aqui fazer uma pausa e ir em qualquer simulador de financiamento. Veja que o valor final pago será maior do que o valor que você recebeu, algumas vezes bem maior.
Amortização
Segundo o dicionário Oxford Languages, de parceria com a busca do Google, uma das definições de amortização é:
“2. redução de dívida por meio de pagamento parcial ou gradual acertado entre as partes”
É como está dito. Num financiamento, consiste no ato de fazer pagamentos além do valor mensal acordado. Agora você pode estar pensando que isso não é uma grande novidade e que não será de grande ajuda, afinal, se você pudesse pagar mais, teria feito um acordo com parcela maior e menor tempo de pagamento.
Não temos dúvidas de que se a sua realidade financeira fosse melhor no momento da contratação, era isso que você teria feito. Mas nada impede que você consiga economizar um pouco a mais durante um mês ou outro, não é? Antes que você faça a pergunta “e por que eu usaria esse valor para pagar uma dívida que continuará pesando no meu bolso?”, deixa te falar um fato importantíssimo.
Composição das parcelas
Lembra que falamos mais acima que no valor final pago, você estará pagando o valor recebido + o valor de juros gerados? Pois bem, essa composição é a que é diluída nas suas parcelas. Agora vem o fato interessante.
Suponhamos que a sua parcela mensal é de R$ 1.000,00. Você vai lá e paga o exato valor. Tudo certo, tudo ótimo. O financiamento continua conforme planejado.
Agora imagine que você recebeu um bônus, o valor de suas férias, ou conseguiu controlar mais o cartão e economizou R$ 500,00 no mês. Se você decidir fazer um pagamento adicional do seu financiamento com esse valor, ele será abatido não da composição valor+juros, mas sim do valor que você recebeu. O que isso significa na prática? Que você estará adiantando o fim do pagamento do seu financiamento, seja ao diminuir o prazo final, seja por diminuir o valor de sua parcela mensal (em decorrência do valor extra pago).
Como funciona
Claro, se você pensar em apenas um pagamento único de R$ 500,00 frente a um montante de mais de R$ 100.000,00, isso não terá muito peso. Mas na prática, se você conseguir realizar pagamentos adicionais periodicamente, verá que isso fará uma diferença significativa nesse compromisso de longo prazo. Você perceberá que os 35 longos anos podem não ser tão longos assim.
Um dos sistemas utilizados nos financiamentos em amortizações é o chamado Tabela Price. Nele, os valores das parcelas são constantes. A questão é que as primeiras, justamente por aquela questão da diferença de tempo para o pagamento final, têm sua maior parte composta por juros.
Portanto, ao realizar um pagamento adicional, “não previsto”, você está na prática pagando efetivamente o que você deve. Ao diminuir o valor que “falta pagar”, você diminui a incidência direta de juros, e, portanto, sai com uma certa folga no plano de pagamento.
No final das contas, além de tudo, você pode se livrar da dívida mais cedo do que você esperava.
Fica a pergunta para você: vale a pena sofrer menos impacto da inflação, dos juros e ainda se livrar de um grande compromisso financeiro mais rápido?
Avalie e busque a melhor alternativa para você!
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